Se me lamento? Muito. Tive uma altura que não sei como conseguiam viver ao meu redor, até que comecei a cair em mim através de frases e atitudes dessas mesmas pessoas. Apesar de tudo não me viraram as costas, persistiam em manter-me à tona e mais ainda, a acreditar em mim, a acreditar numa pessoa que não era aquilo que se via, provida de crenças e devaneios errados, fúteis e mesquinhos.

Eu não sou isto. Basta. 

Não vou querer continuar a ser o que fui antes mas não quero ser o que não me pertence ser. 

Mas há algo que não me larga. O complicometro. Este aparelho desfoca-me a visão. Está ali tudo para eu agarrar mas as lentes são fracas, não vejo nada. 

E é nisso que quero trabalhar. Quero  permitir-me ter foco e visualização daquilo que pretendo ser daqui a frente.

E talvez nem precise de óculos. Precise apenas de fechar os olhos.