Olho para baixo, subo o murete, olho em frente, respiro fundo pela última vez e inclino-me. Sei que não há nenhum colchão lá em baixo, não há ninguém a aparar-me a queda. Só o chão rijo com pedras brancas, prontas a receber uma nódoa vermelha a percorrer os intervalos entre elas. Os gritos, as sirenes, um choro que perdura durante anos, uma angústia que aperta todos os dias no peito. O porquê, a culpa.
Viro costas à varanda.
Sou realmente um caso perdido mas tornar (...)
Sonhava que estava numa entrevista de emprego, num parceiro da empresa, e com os nervos de ser apanhada, que me descobrissem, estava a fazer tudo mal. Um emprego onde ganhavam bem e tinham muitos beneficios. E eu estava prestes a perder a oportunidade. Mas eu queria agarrá-la. E a pé, percorri caminhos, atravessei casas, passei por igrejas, por padres, por sem abrigos, por pessoas tristes. Lá em baixo havia mar, estava sereno. Acordei com um grito. A vizinha de cima, às 7h da manhã, (...)