O rugir de um monstro
Às vezes pergunto-me como é que as pessoas conseguem ser tão felizes logo pela manhã e esse sentimento durar todo o santo dia? Transbordam energia e boa disposição, mesmo que lá no fundo haja um monstrozinho a roer-lhe os sentimentos, com alguma preocupação, dúvidas ou algo que a magoou. Invejo-as. Saudávelmente.
Mas também me pergunto, como é possivel as pessoas estarem sempre mal dispostas, estarem sempre aceleradas, emanarem irritação por todos os poros da pele e conseguirem intoxicar todos à sua volta?
Todas as manhãs, (diga-se dos dias úteis), depois de me custar tanto a levantar, tento convencer-me (iludir) de que o dia não vai ser assim tão mau. E faço o trajecto a implantar pensamentos positivos, rindo com a rádio, cantando (às vezes). Uns metros antes de chegar ao destino sinto um ligeiro tormento, um flash passa diante de mim dizendo "Vai ser um dia como todos os outros, não te iludas..." E sinto um frio na barriga, uma repentina falta de ar.
E mal retiro o meu pé de cinderela com ténis do carro e escolho o sitio onde não há poça de água ou lama, e piso o chão, é como se esse acto soltasse o monstro da gruta e...