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TóTó é o nome carinhoso que ele me dá. Ar calmo e sereno versus um turbilhão interior. Serei eu assim, Para Sempre.

TóTó é o nome carinhoso que ele me dá. Ar calmo e sereno versus um turbilhão interior. Serei eu assim, Para Sempre.

O meu conto de natal.

Era cedo. Repara no seu vestido vermelho novo e nas collants azuis escuras. Tinha adormecido profundamente, não deu por nada. Desceu as escadas e foi ter com a tia que se encontrava na cozinha com a empregada.

A tia sempre teve mão para a culinária e preparava o almoço de natal. Era uma cozinha de sonho, cheia de armários, um balcão enorme, cheia de detalhes e toda muito bem organizada. A sala era ali ao lado e a lareira estava acesa, o forno e a lareira aqueciam o piso térreo e ela sentia-se tão feliz. Na sala ainda estavam papéis, lacinhos e restos dos embrulhos. Foram muitos os presentes mas nada tinha sido fantástico, por isso, sentou-se na cadeira junto à lareira e entreteu-se no tablet. A empregada trouxe-lhe o pequeno almoço e ela agradeceu. Olhou para a rua. Estava céu limpo, o sol refletia na água da piscina mas estava muito frio, não lhe apetecia ir à rua divertir-se no seu parque. O cheiro da comida já se fazia sentir e todo aquele conforto deu vontade de se aninhar no sofá com a sua manta de ovelha a ver os desenhos animados. 

Era uma história de natal sobre uma menina pobre. Ficou enternecida e olhou os presentes. Tinha tanta coisa.

- "E se desse algumas àquela menina? - pensou.

Questionou a tia se podiam ir entregar presentes àquela menina, a tia cheia de trabalho e sempre em grande stress naquela época, nem percebeu o que ela pretendia mas disse que não. Olhou para empregada à espera de ajuda mas sem sucesso. Voltou ao sofá e pôs-se a pensar em formas de conseguir entregar aqueles presentes.

 

Naquela noite, desde há dois anos, passava com ela e com a sua família. Ela ia esperando impacientemente pela meia noite, enquanto a ia vendo com a tia e a empregada a bater violentamente a massa dos fritos em alguidares de barro. Ia ajudando, passando a farinha, preparando o material para a fritura. Dançava, cantava, ria-se com as outras mulheres. Passava a massa frita pelo açúcar e canela e ia chupando os dedos, enquanto esperava, ansiosamente, para começar a abrir as prendas e ver finalmente o que tinha para si debaixo daquela árvore linda de morrer. 

 

Acordou. Era cedo. Olhou o vestido vermelho e collants azuis que se debruçaram sobre si, dando um beijo na testa.

-"Bom dia minha querida. Ontem adormeceste e o pai trouxe-te para a cama. Não chegaste a abrir os teus presentes. Vamos lá?"

-"Simmmmmmm. - disse a menina, cheia de entusiasmo, recordando que antes, este dia era vivido normalmente, com diferentes tarefas e poucos presentes.

 

A menina de vestido vermelho e collants azuis, que naquele dia de natal, ao adormecer a pensar de que forma ia levar presentes à menina pobre, teve um sonho em que um dia ia adotar essa menina pobre e dar-lhe todos presentes do mundo e, acima de tudo, o conforto e felicidade que ela pôde ter durante a sua infância.

 

FELIZ NATAL!

 

 

O desafio é da imsilva e é maravilhoso. Adorei fazê-lo.

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