Criar uma bolha em águas imprevisíveis.
Estou sentada à beira rio.
O Tejo estende-se para o infinito. A ponte acompanha-o.
Os teleféricos zoam por cima da minha cabeça.
As conversas na mesa esplanada.
Os risos.
Os gritos.
O "uau" da criança que acaba de acordar da sesta nos braços da mãe. Provavelmente adormeceu noutro sítio e espantou-se com o que viu.
Estou longe da barafunda da cidade.
As pessoas correm ou andam mais depressa porque estão a exercitar-se.
Sabe bem estar aqui. Sabia melhor se a minha cabeça não estivesse cheia de parvoíces, de conflitos, de tentativas de superar algo que não pode ser superavel.
Neste momento sinto que estou no nível zero. As energias estão muito baixas e sei que quando recuperar vou andar a mil, vou ver as coisas de outra forma. Mas desta vez quero que seja diferente. Tem que ser diferente.
Vou criar a minha bolha. E seguir em frente com alma e coração.