Conversas improváveis e os sinais que nos emitem.
Após este momento mais negro que estou a passar, a vida continua a dizer-me que continua a meu lado e que não posso desistir.
Pois então hoje o meu dia começou com uma paisagem incrível ao atravessar parte da A8. Campo, serras, verdes acastanhados e aquela neblina arroxeada que nos diz que a noite foi fria. Outono no seu melhor. Um sorriso no rosto, preparada para o dia correr bem. Mas não. Alheia dos assuntos estive à beira de um ataque de choro.
"Que raio continuo eu a fazer aqui?"
Foi então que a conversa chegou. A pessoa mais improvável, marcada como um sujeito a evitar na empresa, perguntou-me se eu gostava da minha profissão. Hesitante, disse que sim. "Então continue assim, se gosta do que faz trabalhe para melhorar, para dar o seu melhor. Aprenda e faça, seja aqui ou noutro sitio. Você dantes quase não falava para nenhum de nos mas agora fala, interage e isso é bom. Continue assim, está a ir bem."
Fiquei emocionada, deu-me vontade de chorar porque aquele homem é novo mas parece um velho, na maneira de falar, de pensar, trabalha bem, é muito teimoso e só faz o que realmente gosta e se sente à vontade, não tem bom feitio e à conta disso tudo é marcado como uma péssima pessoa e ninguém o quer nas equipas. E aquele homem podia estar a marimbar-se para o meu estado de desilusão, de impotência mas não, deu-me força, não quer que eu desista.
Obrigada.