Amor e Torradas.
Hoje acordei a gritar. Disse "Já estou farta de o ouvir". O J. não ouviu. Já me tinha acontecido há uns bons anos atrás, mas foi só um grito. A minha mãe nem fez caso uma vez que o meu pai tem o costume de gritar, falar alto, cantar o fado, etc, enquanto dorme. No sonho sentia-me a explodir. Era o cliente chato. "Está mal ali! Já viu ali? Temos que ir ver ali, aquilo não ficou bem! Vamos lá ver!"
"JÁ ESTOU FARTA DE O OUVIR"
A nossa mente vive constantemente a relembrar-nos dos episódios que nos apoquentam, que nos destroem por dentro, que fazem mossa, porque não sabemos de alguma forma lidar com as situações, com os conflitos e ficamos tipo balão à espera de um alfinete e um dia bum!!
Da outra vez quando gritei, também estava numa fase terrível, com um conflito familiar que me destruía por dentro, estava numa situação onde tinha que escolher o amor ou a família. Estava a ser muito difícil para mim. E depois desse grito as coisas tornaram-se mais leves. Não esqueci, mas aos poucos fui perdoando, fui-me afastando e escolhi o amor. E mesmo assim, não perdi a familia.
Continuando a descrição do meu despertar deste domingo... Levantei, estiquei-me e ia comecar a minha manhã zen quando o J. chegou à cozinha, despenteado, ensonado, com o roupão na mão e diz-me:
"Acordaste-me a raspar a manteiga nas torradas"
Foi tão bom ter escolhido o amor!