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TóTó é o nome carinhoso que ele me dá. Ar calmo e sereno versus um turbilhão interior. Serei eu assim, Para Sempre.

TóTó é o nome carinhoso que ele me dá. Ar calmo e sereno versus um turbilhão interior. Serei eu assim, Para Sempre.

Como tem sido a minha gravidez - Parte II

Não fizemos grandes cenas para dar a novidade. A minha mãe soube porque me perguntou porque tinha tantas borbulhas e eu sussurrei-lhe "Porque estou grávida!" Foi um momento muito especial e inesperado, não sabia como lhe contar desta vez.

Assim que tivemos a certeza que as coisas estavam bem encaminhadas fomos dizendo. Aos meus sogros, num almoço de domingo, onde eu supostamente tinha que comer por dois. Aos amigos e restantes elementos da familia ou em algum encontro ou através do envio imagem da ecografia através de whatsapp. Foram momentos muito bonitos. Comecei a sentir que era mesmo real e que estava envolta em tanto amor e carinho que tinha que correr bem desta vez, tinha que confiar. Também foi altura de contar ao chefe, que teve assim uma saída um bocado estranha e que me irritou e andei a matutar naquilo demasiado tempo. Mas felizmente as coisas acabaram por correr sem grande stress.

O mês de dezembro foi especial, comecei a sentir um altinho na barriga. A primeira vez foi numa aula de yoga, na posição da cobra, senti que a barriga já não ia ao chão como em semanas anteriores. Foi delicioso. Foi um momento muito feliz.

Continuei com os enjoos, apesar de conseguir controlar melhor os vómitos, o que me levou a começar a sentir mais fome, a acordar de noite com roncos no estômago e a ter que me levantar para comer. 

O natal e passagem de ano foram especiais claro, ter uma vida a desenvolver-se dentro de nós dá-nos esperança, ânimo. E foi no natal que ela recebeu as suas primeiras prendinhas (ainda não tinhamos nada para ela).

 

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Como tem sido a minha gravidez - Parte I

Naquele fim de semana de outubro era suposto aparecer o período. Mas não apareceu. Já tinha acontecido antes um atraso e portanto decidimos esperar mais uns dias. Numa quarta-feira, no banho, dei conta que tinha umas covinhas junto às virilhas. Tinha acontecido na outra gravidez e por isso, disse para mim "Já está! Estou grávida!" Falei disso com o J. e no dia seguinte, depois do trabalho, fiz o teste. O João tinha adormecido e não esperei por ele. Da outra vez tinhamos feito aquele ritual juntos e não queria repetir a cena.

Deu positivo. Deixei o teste junto dele e quando acordou viu. Também ele não fez um grande alvoroço, apesar de mostrar mais felicidade do que eu. 

Depois foi marcar consultas e passadas duas semanas comecei com os enjoos, os vómitos matinais e um cansaço e sonolência terríveis. Chegava arrasada ao final do dia e só queria dormir. 

Deixei de poder lavar os dentes depois do pequeno almoço, era vómito certo e cheiros fortes de manhã também reviravam-me o estômago. Caí no erro de um dia preparar salmão no forno de manhã e o pequeno almoço nem tocou no estômago, voltou de imediato por onde entrou.  Só começou a passar mais com o abençoado Nausefe e também de ter deixado de beber leite.

O ambiente em casa começou a piorar, eu sentia-me mal e só queria estar no meu canto e esta mudança para o J. afetou-o bastante e comecei aos poucos a tentar levantar-me daquele mal estar todo. Tive que esperar até ao final de novembro para ter consulta com o obstetra e os niveis de preocupação e ansiedade eram elevados, a juntar a todo o processo de transformação, foi realmente um mês muito dificil. Uma angústia enorme, um medo terrível de viver novamente o mesmo momento, um estado depressivo intenso.

No dia 30 Novembro pelas 14.30h, foi a consulta no obstetra, o mesmo da outra vez, e um médico bem conceituado na área. Estava super nervosa, ao ponto de não responder corretamente às perguntas do médico.

O deitar na marquesa, puxar as roupas para ficar com a barriga livre, o gel (felizmente quente) sobre a barriga e finalmente a imagem. Aparentemente maior. Pausa do médico. Ânsias. Outra vez não por favor. "Está tudo bem, mas parece já ser de 12 semanas. Tem a bexiga muito cheia. Vá lá ao wc."

Que alívio. Está tudo bem, perfeitinho. Que alegria. Meu Deus como uma boa notícia muda tudo. Prosseguimos com a ecografia. Tudo perfeitinho. Estava aos saltinhos, tão bonito, que felicidade. O médico pergunta se queremos saber se é rapaz ou rapariga, perguntei se já dava para saber, o dr. responde que pode dar a sua opinião. Assentimos. Menina. Ai que vontade de rir. O J. tem uma cena com os sonhos, que muitas vezes se concretiza, e ele tinha sonhado uns dias antes de que era menina. 

Ainda era cedo para confirmar o sexo mas o primeiro pensamento que tive ao olhar para aquelas imagens foi:

"Minha menina, vou tentar que sejas uma mulher forte, bem melhor do que eu, o que eu não consigo fazer por mim, que possa encaminhar - te a fazer melhor. "

A partir desse dia consegui passar a confiar, ter fé e coragem para me tornar mãe daquele novo ser humano.

 

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Como tem sido a minha gravidez - Intro

Olá! Então como estão? Muitas saudades minhas?

Andei muito desaparecida e pelos vistos vai ser uma tendência daqui para a frente, pois esta Tóto entrou  nas 38 semanas no domingo passado, o que significa que aguardo que esta miúda queira sair e conhecer o mundo e depois peça toda a minha atenção e disponibilidade. 

Ainda ponderei não escrever nada sobre esta gravidez. A minha primeira gravidez, em 2020, não correu bem e nos meses seguintes foi dificil ler testemunhos de outras grávidas e coisas relacionadas com gravidez, por isso sei o quão dificil pode ser uma mulher ler os meus textos e sentir uma imensa tristeza, revolta, até mesmo inveja. Na altura acabei por recorrer a um psicólogo porque vivia amargurada e estava a afetar tudo e todos com o meu estado. Por isso a decisão de escrever sobre este assunto foi precisamente porque, após ter que esperar 1 ano, por indicação médica, depois do aborto para poder engravidar novamente e ainda ter que esperar pela toma das duas doses da vacina da covid, neste caso, por opção, segui em frente, ganhei coragem e avancei para uma nova gravidez.

Se tive medo? Muito! A probabilidade de ter o mesmo problema existia, apesar de não ser uma probabilidade muito alta, mas a probabilidade de ter o tal problema também era baixa e aconteceu, por isso o medo esteve sempre comigo.

Foi um processo engraçado. Voltei à app Flo, registei sintomas e monitorizei a minha temperatura basal. Naquela semana de setembro tinha que ser e mesmo ensonada, cansada, eu esperava por ele à noite e coiso e tal. Claro que hoje não faço ideia se foi nessa semana ou não mas aconteceu.

No final de outubro, o teste deu positivo e a reação foi algo como que indiferente. O meu corpo já me tinha dito que estava grávida e o receio de voltar a correr mal tirou-me as expetativas, portanto, foi um "vamos ver o que acontece".

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(continua...)