Ler para aprender.
Está quase a terminar o dia das eleições presidenciais.
Devido à pandemia pude votar antecipadamente no domingo passado, houve fila mas correu tudo bem, tal como acontece nas filas de supermercado ou do shopping. Portanto não há que ter receio.
Por vezes acho que votar não serve de nada mas depois lembro-me que sou mulher e que esse direito, em tantos anos de vida humana, é demasiado recente para o género para ser desvalorizado. Por isso voto e desta vez, penso que de forma positiva e que um voto a menos numa personalidade que veste cordeiro em pele de lobo, poderá ser uma vitória para a nossa liberdade. (se pensasse de forma negativa diria que ao pensar assim, quem apoiar aquela personagem vai gerar mais votos...enfim, manter o pensamento positivo, até porque acho que o meu medo não são as presidenciais mas sim as legislativas).
Nós sabemos que não somos totalmente livres e dadas as circunstâncias, vou ousar dizer "E ainda bem!" já imaginaram sermos totalmente livres depois de assistir ao incumprimento das regras durante esta pandemia? Verificando os números que têm aparecido de infectados e de mortes devido ao vírus?
Estou convicta que se o governo tivesse na prateleira vários planos (b, c, d, e,...) não teriamos chegado a estes números ao invés de andarmos ao ritmo da maré. Talvez a situação não se tivesse descontrolado mas por favor, não venham dizer que a culpa é do governo! A constituição portuguesa diz que nenhum governo deverá tirar a liberdade de cada um. Portanto, os doentes covid e as pessoas não estão sujeitas a pulseira eletrónica porque era um atentado à liberdade individual. (mas não era mal pensado e já vão perceber porquê já de seguida)
A culpa é daquele que se queixa a torto e a direito com o nariz fora da máscara e que se apresenta à porta do hipermercado quando ao microfone se pede "A PESSOA COM COVID QUE SE ENCONTRA NESTE ESTABELECIMENTO APRESENTE-SE AO SEGURANÇA!"
E essa pessoa quando olha para o lado, vê mais 7 pessoas.
Isto é verdade, assustador e inacreditável!
Mas não tão assustador como os livros que ando a ler e que são baseados na 2ª Guerra Mundial, são eles " A rapariga que roubava livros" e "A sociedade literária da tarte casca de batata". Ler histórias como estas faz-nos ter outra perspetiva relativamente àquilo que estamos a passar nestes tempos! Não só por que somos uma grande maioria com condições aceitáveis de vida, como devemos acrescentar valores à nossa identidade para enfrentarmos os próximos tempos, que sabemos bem que não serão fáceis. Para ninguém.