Eu também tive um regresso à Cristina Ferreira e à Jorge Jesus.
Noutros moldes, obviamente.
Há um ano atrás eu passava pela "casa mãe" e desejava estar lá. O meu emprego naquela altura estava pelas horas da morte, andava a arrastar-me e só queria paz e sossego e eu sabia, naquela altura, que tudo o que precisava era de regressar. E sabem que, quando dizemos muitas vezes a mesma coisa, de alguma forma acaba por se realizar. E aconteceu. De repente abriu uma vaga e lá fui eu. Bem recebida, condições melhores do que da primeira vez (claro que é para aí 1/1000000? vezes de ordenado do J.J e da C.F) e estava tudo bem. Foi aquilo que quis e tive. Obrigada.
Veio o Covid, o teletrabalho e o stress desmedido. Veio a minha condição de saúde, muitos "nãos" do meu lado e o cenário deixou de ser paradisiaco, eu mudei a alguns níveis e deixei de conseguir tolerar certas atitudes e o stress, principalmente.
Considero hoje que o meu regresso não foi a melhor decisão da minha vida. Vim agarrada ao que tinha há 10 anos atrás, quis desligar-me das coisas que correram menos bem no passado (e que teria dado jeito ter-me concentrado um bocadinho nisso antes de ter tomado a decisão final) e deixei-me ir, por desespero, por angústia e pela tristeza que exarcebava todos os dias.
Concluo hoje, que a minha tristeza não vinha do emprego em si, ou das pessoas com quem tinha que lidar, mas sim de mim própria. Porque, ao contrário destas duas grandes figuras, sinto que esta não é a minha profissão, sinto que já nada tenho a dar com estas funções. Limito-me a obedecer.E aí está uma grande diferença.
Mas a questão que se coloca é: valerá a pena regressar? Voltar, quando já tivemos uma experiência nesse lugar? E mesmo que tenha sido boa, passados tantos anos, as coisas mudam não é? Nós próprios mudamos.
Na minha experinência digo que não. Tive uma experiência ali. Correu bem. Trouxe-me mais coisas boas do que más. Mas voltar? Talvez voltar à estaca zero tivesse sido melhor. Mais doloroso, é certo, mas talvez mais desafiador e motivador para mim.
Talvez.