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TóTó é o nome carinhoso que ele me dá. Ar calmo e sereno versus um turbilhão interior. Serei eu assim, Para Sempre.

TóTó é o nome carinhoso que ele me dá. Ar calmo e sereno versus um turbilhão interior. Serei eu assim, Para Sempre.

Follow Friday com desafio

Já ouviram falar com certeza na expressão "Matar dois coelhos numa cajadada só". Portanto é o que vou fazer.

 

O blog escolhido para o Follow Friday é da sorridente Just , que hoje lança um desafio que me aliciou bastante.

Tenho andado a ler O monge que vendeu o seu ferrari que se trata de um livro que lança uma série de desafios/rituais para sermos mais fortes, mais humildes, mais pacíficos, mais justos, levando uma vida simples e feliz.

 

Esta semana andei a pensar que podia começar a implementar alguns rituais e hoje a caminho do trabalho vinha a pensar que é o último dia do mês de agosto, que amanhã começa um novo mês, Setembro, o mês de renovação para muitos, regresso ao trabalho, às aulas, uma espécie de ano novo, vida nova. Para mim ainda tem outro acréscimo, assinala-se mais um aniversário, e também nesse dia reflito sobre a minha vida, em mais um ano que assenta em mim, em tudo o que vi e fiz e que a sensação que tenho  é que passou tão rápido e não fiz nada.  Como acho que são os desafios que nos fazem crescer, superar, sermos mais fortes e a termos uma sensação de bem-estar e de felicidade, vou então alinhar no desafio dos 30 dias minimalista mas fica já registado que o dia 10, é certinho que não vou cumprir, é segunda-feira, não estou de férias, logo será inevitável deixar os emails de trabalho de lado, por isso, a única coisa que posso fazer é  deixar os emails pessoais fora da vista.

 

 

Este é o desafio:

30diasminim.jpg

 

Anéis de Rubi, quero isso para quê?

Sei por noticias, em filmes, em séries, acredito muito que existam e faço os meus juizos de valor sobre eles, estou tão distante e alheia à situação que é-me fácil dar a minha opinião e seguir em frente. Mas no dia em que presencio uma cena de corrupção e que parte da minha vida tem a ver com aquela situação, tudo muda! Fico estática e incrédula, a minha mente só me diz "Denuncia anónimamente", "Isto é o inicio do descalabro, foge, foge!"

 

Há quem admire as pessoas que andam num belo descapotável de uma marca caríssima, têm grandes mansões com não sei quantas empregadas, onde tudo está milimetricamente no sítio e a brilhar.

 

 

Candelabros de diamantes e anéis de rubi.

 

 

Ficam deslumbradas com esta riqueza e ambicionam ter isto tudo também. Não vou ser hipócrita, também já dei importância a isso, também já sonhei com uma vida assim, mas a minha magia olha para isto cada vez mais de uma forma desprezível e agradece por acreditar em bons princípios e reza para os manter intactos.

 

Porque é realmente muito triste ouvir de quem se envolve nestes esquemas frases do género "Por isso é que o país está como está!"

 

 

 

Já posso falar do regresso às aulas?

As crianças já devem estar ansiosas para voltar às aulas, os livros novos (ou não), as matérias novas (ou não), canetas novas, lápis novos, mochila nova. Ou então não.

 

Eu gostava de ter coisas novas, dava uma certa motivação para o novo ano. Nunca perdi um ano. Tive sempre livros novos, naquela altura não havia partilha de livros escolares e os livros mudavam de dois em dois anos, nunca podia ficar com os livros da minha prima. E ainda bem! Não havia nada, nem há nada, como o cheiro e o aspecto limpo de livros por estrear.

 

Compreendo a excitação infantil e juvenil nesta altura do ano. Mas agora compreendo muito mais a perspectiva do adulto, do pai e da mãe, do dinheiro que sai da conta assim de repente, e de quanto tempo que aquele dinheiro estava reservado para começar mais uma viagem escolar.

 

E vamos lá ver, falando assim no geral e do que sei, educadores e professores, para quê tanto material escolar assim de repente? As crianças e jovens estão na escola para aprender, não é verdade? Aprender a poupar, a desenrascar, a ser criativo também deve fazer parte dos planos de estudos. Mas eu também sei que hoje em dia a Escola para quem ensina, para quem toma conta, pode ser bastante frustrante.

 

aulas.jpg

 

Eu também vou regressar às aulas. 2º ano. Mestrado. 32 anos. 1/3 do salário em propinas, candidaturas e afins. Felizmente não há livros. Quer dizer, até há e alguns bem carotes, mas com as tecnologias e connects, uma pessoa arranja-se com digitalizações, pdf, whatever. As canetas, lápis, mochilas e dossiê são os mesmos. 

 

Vai ser mais uma ronda de non stop, cansaço, sono, paciência ao extremo, correria, desgaste...Uma vida louca, portanto!

 

Mil vezes vou dizer "Para que é me meti nisto?", "Tanto trabalho para quê?" "Isto serve mesmo para quê? Vou chegar onde com esta trapalhada toda?"

 

Olha, não faço ideia, mas já há uma certa excitação em mim, afinal este vai ser o ano crucial, nada pode ficar por fazer e tenho o tema da tese e o entusiasmo em fazer algo diferente e que realmente me motive nesta profissão tão exigente e de grande responsabilidade.

 

aulas2.jpg

 

Qual devia ser o maior medo dos patrões?

O tempo zen pós-férias terminou um mês depois do regresso.

 

Eu andei tolerante, calma, compreensiva, achava que as coisas podiam melhorar se levasse tudo menos a sério, com tranquilidade.

 

Esquece lá isso!

 

Acho que estou pior do que antes das férias. Nessa altura andei mesmo a bater mal, não tinha paciência para ninguém, chorei que nem uma perdida em algumas situações de stress, descontrolei-me mesmo, a malta deve ter pensado que eu ia de férias para a ala psiquiátrica.

 

Um mês depois ainda não me descontrolei, ainda não chorei, mas estou a acumular muita coisa. Eu respiro fundo, eu penso noutras coisas mas não sei se aguento muito mais tempo. Para além das queixas dos clientes que não consigo controlar, do trabalho que não consigo dar avanço porque o trabalho dos outros é sempre mais importante do que o meu e para além das confusões danadas dos colegas e do pânico que se gera a cada coisinha que acontece naquela empresa, euzinha estou fartinha da minha entidade patronal do género feminino.

 

Sabem aqueles alunos irritantes que sabem sempre a resposta e metem logo o dedinho no ar, tipo Hermione do Harry Potter? Pois, a senhora é assim, mete-se em todas as conversas, estamos a falar e ela dá a sua opinião, estou ao telefone e a senhora está só a dar opiniões ("pergunta isto e aquilo, não é assim é assado"), dá aquela vontade de lhe espetar com o telefone na cabeça! E sim, eu adio muitos telefonemas quando ela não está, só para conseguir falar à vontade e sossegada. Mas muitas vezes não consigo adiar porque ela faz questão de pressionar.

 

E os emails? Oh, o que eu escrevo emails. A senhora nunca está contente com os emails. Falta sempre qualquer coisa. Às vezes até tem razão mas acho que a maior parte das vezes é mesmo para ter o cunho dela.

 

Ah e o que ela gosta de dizer o mesmo que nós acabámos de dizer. E o que ela gosta de me ligar após meia hora ou mais depois de ter saído do trabalho com assuntos tão pouco urgentes? Uhm é uma delicia principalmente quando diz assim "Desculpa estar a ligar mas amanhã posso esquecer..." Ai tão bom... Como se não vivêssemos no tempo dos sms, dos emails agendados, ou dos lembretes na agenda do telemóvel...

 

Aii tão bom conviver todos os dias com esta pessoa!

 

Bom para ela se nenhuma destas situações algum dia lhe acontecer...

 

 

 

Agora imaginem: não estou só nesta história...

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