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TóTó é o nome carinhoso que ele me dá. Ar calmo e sereno versus um turbilhão interior. Serei eu assim, Para Sempre.

TóTó é o nome carinhoso que ele me dá. Ar calmo e sereno versus um turbilhão interior. Serei eu assim, Para Sempre.

O que vi nestas Férias?

A crise de mioleira instalou-se novamente, sentada numa espreguiçadeira a beber um cocktail com ar de " Que comece o espectáculo", deixei-a apreciar o momento mas ele não quis que continuasse, para o meu bem e para o bem dele. Deu-me força para lutar novamente.

Decidi então apreciar os momentos, só o agora interessava.

Já experimentaram Mindfulness? Fiz qualquer coisa do género.

 

O dia está ventoso, o mar bravio, a bandeira mostra a cor amarela. Está calor e a água salgada banha-me o corpo. Sabe bem.

 

Encostados a um banco de cimento, debaixo de uma palmeira, à beira-mar, víamos o número 7 do Figo a dar uns toques na bola e a dar show. As nossas conversas eram banais, muito silêncio, não sei o que lhe ia na cabeça, na minha passava-se muita coisa. O casal mais velho sentou-se no banco ao lado, em silêncio, cada um leu o seu livro durante muito tempo e no fim, tiraram as duas canecas de plástico cor-de-laranja e bebericaram a sua água antes de prosseguirem o seu passeio, de mãos dadas.

 

- Onde queres estar daqui a 10 anos?

- Quero estar aqui, neste mesmo sítio, contigo e com dois pirralhos, cada um, à sua vez, a falar com os avós e a contar o seu dia na praia.

 

Vi um homem a dar os primeiros passos na transexualidade. Vi homossexuais, mais gays que lésbicas. Não demonstram muito mas percebe-se. Só aquele casal gay, mãos nas costas um do outro, gesto de intimidade e cumplicidade.

 

Os dois meninos que subiram as escadas rolantes no sentido descendente, felizes pela rebeldia. O menino com uma mão bem esticada a agarrar o corrimão das escadas rolantes, a outra mão segura pelo adulto, esta, por momentos e nervosamente, saiu para puxar os calções que quase chegavam aos pés, mas, de forma aflita e ao mesmo tempo ternurenta, procurou a mão do adulto e agarrou-a firmemente. Lá seguiu o passeio, sempre a puxar os calções para a cintura.

 

A menina de 2 anos (pareceu-me) que foi à praia com os pais e a mana, mais velha, aproveitar o final de tarde e que depois do momento entre mãe e filha, o de mamar, corria atrás dos pardalinhos a gritar "Passaínho...Passaínho".

 

A moeda de 5 cêntimos caída no chão, perigosamente perto das escadas rolantes, e que demorou a ser vista e apanhada.

 

Os senhores da marisqueira a aguardar o momento em que planeávamos a nossa fuga com a lagosta na boca.

 

A vila, marcada pela história. Quantas pessoas pisaram aquela calçada tão antiga? Quantas já subiram os 68 degraus até à torre? O que fizeram lá no topo? Tantos edifícios bonitos, uns a pedir socorro, outros já reanimados e a respirar de novo, agora com outro sentido.

 

O último banho de mar antes do regresso, a água está mais salgada, o sol está quente, o meu corpo bóia sobre o ritmo das ondas, o sol queima-me a cara. Crise de mioleira vais ficar aqui.

 

Vi amor nestas férias, esteve sempre lá, de muitas formas e está sempre comigo todos os dias.

 

Muito obrigada meu amor!

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Estou sim, daqui falam as férias!

No outro dia li que especialistas dizem que trabalhar um pouco nas férias é normal mais do que isso é excessivo. Então o que é o "pouco"? 

 

Comecei as férias a atender o telefone, ainda recebi mais uns telefonemas mas enviei a típica mensagem de "estou de férias alguma situação envie email ou sms". Os emails foram todos marcados para não os esquecer e ontem foram enviados para a boss. Ainda tive que trabalhar no excel e enviar tudo explicadinho, claro que isso não vai valer de muito.

Hoje foi mais uma manhã de telefonemas, um deles da pessoa que melhor sabia que eu ainda estava de férias. (Ainda estou a pensar que fez de propósito.)

 

Já tive que interromper as férias para trabalhar (estupidamente), já tive uma situação em que não atendi o telefone porque não estava com ele e levei um raspanete porque "estás de férias mas isso não te impede de atender o telefone".

A partir daí vivo as férias com ansiedade, dá-me os nervos quando ouço o toque porque sei se não atender o telefone ou se não tratar de alguma coisa vão cair-me em cima depois. E vale a pena este esforço todo? Digo-vos que não, não sou compensada muito menos valorizada. E valeu a pena atender os telefonemas e responder a emails e ir trabalhar nas férias? Digo-vos que não, o trabalho não avançou mais por isso.

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Tenho tentado manter a calma desta vez, afinal, apesar de tudo, estou de férias e não acho que os especialistas estejam certos, o pouco de que falam deve ser nada, acho que as férias são férias, servem para descansarmos e recompor-nos de meses de stress, preocupação e responsabilidade, não vão ser 10 dias de ausência que vão condenar o mundo, certo?

 

E a vocês, também vos acontece ou aconteceu? Passam as férias tranquilamente?

 

                             ❤

 

 

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